Com a saga Crepúsculo chegando ao final, e com o término da era Harry Potter, a indústria cinematográfica precisava de uma nova franquia adolescente de sucesso. Comparar Jogos Vorazes como o próximo Harry Potter e o próximo Crepúsculo, em termos de marketing é válido, contudo, a obra literária de Suzanne Collins possui um caráter maduro, e porque não, um retrato atual da nossa sociedade.
A história se passa em um futuro pós-guerra, onde o país chamado Panem é
dividido em 12 distritos. Para exercer seu controle e autoridade sobre
as demais cidades, a Capital criou os Jogos Vorazes. Anualmente, no Dia
da Colheita, cada distrito deve sortear dois jovens (um de cada sexo) entre 12 e 18 anos
para se oferecer como Tributo. Estes jovens serão treinados para
participarem de uma luta entre si até a morte, havendo apenas um
vencedor. Este evento é transmitido em tempo real pela televisão para
todo o país.
Os veteranos que complementam o elenco do filme também merecem elogios. Woody Harrelson está muito bem como Haymitch, mentor de Everdeen e Mellark. Stanley Tucci interpreta o apresentador Caesar Flickerman, explorando de forma divertida o semblante caricatural de seu personagem, quase como um Pedro Bial, mas sem aqueles textos filosóficos chatos.
Esteticamente o filme está ótimo. Uma trilha sonora bastante sutil foi uma acertada escolha, pois ela combina com o ambiente claustrofóbico dentro da arena onde acontece o jogos e a direção de arte está muito bem feita, harmonizada com a atmosfera da história. Apesar do livro ser violento, o filme não se adentra muito nesta violência, mas sim em mostrar o quão cruel são aqueles jogos, trabalhando o emocional do expectador. Muitos irão comparar Jogos Vorazes com Battle Royale, filme hiperviolento japonês, mas as semelhanças vão até onde ambos os filmes trazem em suas histórias uma batalha onde crianças/adolescentes lutam até a morte, uma vez que o primeiro faz uma critica, o segundo é uma metáfora.
Apesar do marketing apelativo, Jogos Vorazes não subestima o público infanto juvenil atual. O filme abre uma discursão interessante sobre o nosso atual contexto social, onde guerras, a realidade dos países pobres, e os produtos consumidos, que nada mais são que esses realities shows manipulados pela mídia, fazem parte dela. Ver uma obra abrir tal discursão é uma ótima surpresa, ainda mais com uma protagonista tão inteligente e poderosa como Katniss.
Falar que a trama pode ser um retrato da nossa atual
sociedade, me refiro a como ela é hoje, auto consumista, tendo como principal
entretenimento a manipulação da própria vida de outras pessoas. Os Big Brothers
da vida nada mais são do que isso. A trama também é madura ao retratar uma
sociedade pobre, onde passar fome e trabalhar é realidade dura daqueles vivem
nela. Panem é controlada a mão de ferro por uma Capital extremamente consumista,
acostumada a assistir a esse reality show brutal, onde crianças lutam até a
morte. Ela é uma sociedade ridícula e extravagante, e mostrar a realidade
daqueles em que vivem nela e em como se difere daqueles em que vivem nos distritos
paupérrimos, levantam questionamentos interessantes. A trama de Collins traz dois temas que não se vê atualmente em
franquias destinadas a um público infanto juvenil, e o filme acerta em
retratá-la além do pensamento de Katniss (o livro é narrado em 1ª pessoa), uma
vez que o filme mostra o quanto as ações da protagonista reflete nos distritos.
O acerto principal do filme é com certeza a contratação da
ótima Jennifer Lawrence para dá vida a Katniss. Lawrence traz um olhar humano e
doce à personagem, equilibrando-o ao mesmo tempo com as decisões e pensamentos
fortes da mesma. A postura séria carregada de uma dramaticidade sem
exageros da atriz lembram sempre de onde ela veio e por que dela está
participando dos Jogos. A personagem não poderia está em mãos melhores e este é
só mais um acerto desta notável atriz que despontou no ótimo Inverno da Alma,
filme independente de 2010 que lhe rendeu indicação ao Oscar.
Josh Hutcherson apesar de não possuir nenhum papel de
destaque onde ele possa desenvolver seu talento, foi uma escolha
acertada para interpretar Peeta. O perfil dele até combina
com o do Peeta e o ator alterna bem os momentos do personagem que ora é
inseguro, ora possui vontade não só de viver, mas como também em
proteger Katniss. Infelizmente ao lado da Jennifer ele fica apagado, mas
nada que comprometa o andamento da trama.
Infelizmente o mesmo não se pode ser dito sobre Liam Hemsworth que interpreta Gale, o amigo de infância da Katniss. É evidente que o australiano não é talentoso, ainda mais dividindo cenas com a atriz. Um erro do filme foi mostrar demais Gale, principalmente nas cenas de Katniss e Peeta. Tá certo que no livro, na parte da caverna, Katniss pensa em Gale, mas no filme fica claro que estavam tentando mostrar que possa existir futuramente um triângulo amoroso, mas é desnecessário trazê-lo constantemente nessas cenas, ficaria melhor mostrá-lo somente no final do filme.
Infelizmente o mesmo não se pode ser dito sobre Liam Hemsworth que interpreta Gale, o amigo de infância da Katniss. É evidente que o australiano não é talentoso, ainda mais dividindo cenas com a atriz. Um erro do filme foi mostrar demais Gale, principalmente nas cenas de Katniss e Peeta. Tá certo que no livro, na parte da caverna, Katniss pensa em Gale, mas no filme fica claro que estavam tentando mostrar que possa existir futuramente um triângulo amoroso, mas é desnecessário trazê-lo constantemente nessas cenas, ficaria melhor mostrá-lo somente no final do filme.
Os veteranos que complementam o elenco do filme também merecem elogios. Woody Harrelson está muito bem como Haymitch, mentor de Everdeen e Mellark. Stanley Tucci interpreta o apresentador Caesar Flickerman, explorando de forma divertida o semblante caricatural de seu personagem, quase como um Pedro Bial, mas sem aqueles textos filosóficos chatos.
Esteticamente o filme está ótimo. Uma trilha sonora bastante sutil foi uma acertada escolha, pois ela combina com o ambiente claustrofóbico dentro da arena onde acontece o jogos e a direção de arte está muito bem feita, harmonizada com a atmosfera da história. Apesar do livro ser violento, o filme não se adentra muito nesta violência, mas sim em mostrar o quão cruel são aqueles jogos, trabalhando o emocional do expectador. Muitos irão comparar Jogos Vorazes com Battle Royale, filme hiperviolento japonês, mas as semelhanças vão até onde ambos os filmes trazem em suas histórias uma batalha onde crianças/adolescentes lutam até a morte, uma vez que o primeiro faz uma critica, o segundo é uma metáfora.
Apesar do marketing apelativo, Jogos Vorazes não subestima o público infanto juvenil atual. O filme abre uma discursão interessante sobre o nosso atual contexto social, onde guerras, a realidade dos países pobres, e os produtos consumidos, que nada mais são que esses realities shows manipulados pela mídia, fazem parte dela. Ver uma obra abrir tal discursão é uma ótima surpresa, ainda mais com uma protagonista tão inteligente e poderosa como Katniss.