sábado, novembro 20, 2010

Crítica do Filme 'Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1'

O menino que sobreviveu, cresceu. As perda e os perigos que rondaram a vida de Harry no decorrer dos seis filmes, também ficaram maiores. Neste penúltimo filme da saga mais lucrativa da história do cinema, Harry precisa ser mais do que um simples bruxo talentoso.

Harry Potter finalmente enfrenta Voldemort e conta com a ajuda dos inseparáveis companheiros, Hermione e Ron, para encontrar os Horcruxes, que representam o segredo da mortalidade e destruição de Voldemort. A missão obriga o trio a se afastar dos estudos em Hogwarts, a esta altura dominada, assim como o Ministério da Magia, por Voldemort e os Comensais da Morte.

Logo no começo já podemos perceber que aquela frase apresentada no quarto filme da saga, 'Tempos Difíceis estão por vir Harry', deixa de ser apenas uma frase para se tornar realidade. Voldemort se infiltrou no Ministério da Magia e não só os aliados/amigos de Harry como os trouxas também estão em perigo. Para ajudar Harry, Hermione (uma trouxa) resolve apagar todas as memórias de seus pais, fazendo-os esquecer dela. Apesar de Harry não ter crescido com o amor de seus pais, ele foi cercado por vários outros tipos de amor. A maior prova de amizade (na minha opinião) que vemos durante o filme é mais dolorosa. O que deixa mais claro de como as perdas ficaram maiores. Não só Hermione, mas Rony também deixa sua família para ajudar seu melhor amigo. Fico feliz em dizer que assim como os personagens cresceram e amadureceram, os atores também. Daniel Radcliffe têm aqui a atuação mais satisfatória de toda a saga. Rupert Grint finalmente consegue deixar de ser o amigo 'bobão' e dono das cenas engraçadas do filme e ganhou um tom mais sombrio e maduro. No entanto o filme é praticamente da Emma Watson. Nos momentos sombrios e poucos felizes que seguem durante o filme, Emma é a que mais surpreende. Helena Bonham Carter faz mais uma vez um excelente trabalho como Bellatrix Lestrange, no entanto ao dividir cena com a Watson, ela é superada pela jovem atriz. Ralph Fiennes como Voldemort consegue mais uma excelente atuação.

O diretor David Yates fez um trabalho fantástico. Quando pegou a direção do quinto filme ,'Ordem da Fênix', e continuou no sexto, eu me perguntava o que ele estava fazendo no cargo de diretor. Ambos foram os piores da saga. Fracos em adaptação e fraquíssimos em atuação. Apesar disso ele conseguiu ficar para dirigir os dois últimos filmes, algo que me deixou apavorada (como fã e 'crítica'). Contudo ao decidir dividir o livro em dois filmes, ele marcou alguns pontos, afinal quase duas horas e meia de projeção só para metade do livro, era praticamente como afirmar que este seria o mais fiel da saga. O filme também é excelente em questões dramáticas. Sendo a Part 1 com algumas, mas excelentes cenas de ação, praticamente o filme todo é dramático. Yates evoluiu muito como diretor da saga e, criou o filme para os fãs e críticos apreciarem.

Alguns desfechos vão se desvendar na Part 2. Talvez o ponto 'negativo' do filme, para quem não leu o livro, seja as questões que ainda não foram totalmente resolvidas e explicadas. Para estes restam esperar 15 Julho de 2011 para descobrir, enquanto para os outros, apreciem o melhor filme e o final épico do bruxinho que sobreviveu.

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domingo, novembro 14, 2010

Crítica do Filme 'Ponte para Terabítia'

A vida nem sempre é fácil, até mesmo para uma criança. Ás vezes só precisamos de um lugar para se esconder da realidade que enfrentamos em nossas casas ou nas escolas, ou então de uma pessoa que possa mudar nossas vidas de várias formas. Em 'Ponte para Terabítia' somos transportados para uma história real, com toques mágicos.

Baseado no livro homônimo de Katherine Paterson, Jess Aarons (Josh Hutcherson) sente-se um estranho na escola e até mesmo em sua família. Durante todo o verão ele treinou para ser o garoto mais rápido da escola, mas seus planos são ameaçados por Leslie Burke (AnnaSophia Robb), que vence uma corrida que deveria ser apenas para garotos. Logo Jess e Leslie tornam-se grandes amigos e, juntos, criam o reino secreto de Terabítia, um lugar mágico onde apenas é possível chegar se pendurando em uma velha corda, que fica sobre um riacho perto de suas casas. Lá eles lutam contra Dark Master (Matt Gibbons) e suas criaturas, além de conspirar contra as brincadeiras de mau gosto que são feitas na escola.

O filme é maravilhoso e delicioso de se assistir. É interessante ressaltar o quanto a imaginação é importante no filme, afinal se não fosse por ela o filme seria um drama pesado de assistir. A solidão que Jess passa tanto em casa quanto no colégio é um retrato que muitos jovens passam e, nem todos tem uma 'Leslie' para tirá-los desta situação. No filme a solução disto não depende só dela, mas também da imaginação que ela possui exercitada de um hábito de leitura adquirido de seus pais (escritores no filme). É quase impossível não se emocionar com a amizade de Jess e Leslie. O excelente Josh Hutcherson e a talentosa AnnaSophia Robb possuem uma inegável química em cena. Conseguem juntos dá vida há uma amizade que nem de longe parece ser artificial graças a excelente atuação dos dois atores. A atuação de Josh é mais exigida no longa. Há algumas cenas dramáticas no filme que são quase excepcionais. Infelizmente no filme AnnaSophia não pode dar muito se si, já que não requer que ela atue de maneira extraordinária, no entanto, ela o faz assim mesmo. Carismática e talentosa, Anna faz algo que poucas atrizes (inclusive as veteranas) conseguem fazer, que é com que o expectador se sinta ligado e deseje ter uma amiga como Leslie. E por último, mas não menos importante, temos a pequena Bailee, que faz a irmã mais jovem de Jess, que é de um carisma excepcional apesar da pouca idade já demonstra um grande talento.

'Ponte para Terabítia' não é nem de longe um filme de fantasia, não se enganem pelo fato de ser dos mesmos criadores das 'Crônicas de Nárnia'. Ele é um drama maravilhoso e comovente, que nos faz refletir sobre a vida e o que é importante nela. O filme é uma ótima surpresa.

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sexta-feira, novembro 12, 2010

Crítica do Filme 'Minhas Mães e Meu Pai' (The Kids Are All Right)

Relacionamentos familiares são bastante complicados. No cinema temos um histórico de mães e pais negligentes, cruéis, amáveis e os que arriscam sua vida para proteger sua prole. Em 'Minhas Mães e Meu Pai' fica olhar feminino e maduro sobre uma família moderna.

Os irmãos adolescentes Joni (Mia Wasikowska 'Alice' de Tim Burton e filha de Nic ) e Laser (Josh Hutcherson e filho de Jules ), filhos de um casal de lésbicas Nic e Jules (Moore e Bening), foram concebidos por inseminação artificial através de um doador anônimo. Quando Joni completa 18 anos, sem o conhecimento das "mães", vai atrás do direito de descobrir quem é seu pai biológico. É assim que Paul (Ruffalo), dono de um restaurante em Los Angeles, começa a se inserir na família.

O filme é bastante divertido. O homossexualismo é abordado de forma bem leve, no entanto não é o assunto principal do filme abrangê-lo, ainda que a diretora traga sua experiência pessoal para a obra. Quero deixar claro mais uma vez que esqueçam o título português do filme. Deveriam ter deixado o título original ou colocar um que chegasse perto do original. Afinal no filme as mães e o pai erraram, mais as criança ainda continuaram muito bem. Julianne Moore faz a feminina Jules. A mãe alegre, amorosa e meio desleixada. Moore é bastante carismática e talentosa e não acho que ela teve dificuldade para interpretar Jules. Annette Bening interpreta magistralmente a masculina Nic. A mãe responsável e rígida. A química entre ambas é clara e até arrisco uma indicação ao Oscar para Annette. Como o 'doador' temos a melhor atuação de Mark Ruffalo. O personagem dono de um restaurante lhe foi perfeito e, sua química com Julianne (com quem já trabalhou) e com Mia Wasikowska é excelente. A personagem da Mia, Joni, é a caricatura perfeita da Nic, no entanto ao contrário da Annette, Mia não é excepcional no filme, continua sendo a mesma 'Alice' adorável. O personagem do Josh, Laser, se parece bastante com a Jules. Josh também não faz milagres, mas consegue passar para o expectador que o seu personagem é inteligente apesar de indeciso. O trunfo principal do filme é quando todos estão juntos, porque passa a ideia real de que são realmente são uma família.

O filme é engraçado, leve e divertido. Não é o melhor filme de 2010 e também não chega a ser o 'novo' 'Pequena Miss Sunshine' como muitos disseram, mas é uma das maiores surpresas deste ano.

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