Lúcia e Edmundo Pevensie voltam à Narnia em companhia do seu primo Eustáquio. Lá o trio encontra o Príncipe Cáspian (agora rei) e viajam pelo mar a bordo do Peregrino da Alvorada, o barco real. Pelo caminho encontram muitos seres mágicos e guerreiros perdidos.
Nesta terceira parte, que conta com a última participação dos irmãos Pevensie, pode-se notar que o filme retornou aos antigos moldes do primeiro, considerado por muitos (inclusive eu mesma) o melhor da saga. Ainda que Caspian (Ben Barnes, com uma atuação apagada) retorne, ele se torna um personagem mais agradável aqui, no que no filme anterior. Os únicos que retornam dos irmãos Pevensie são Lúcia e Edmundo.
A pequena e diga-se passagem promissora atriz Georgie Henley não surpreende no longa. Henley, desde que a franquia começou, sempre foi o grande destaque do filme, porém aqui, teve sua atuação mais fraca. Já o Skandar Keynes se mostra bastante confortável interpretando o Edmundo pela terceira vez, é um ator mediano e aqui mais vez consegue levar seu papel de forma razoável. Mas se tem algo que podemos notar nestes dois atores é a sintonia e química em cena, onde raramente é vista em grandes produções como esta. Quem merece destaque é o Will Poulter, que interpreta o insuportável Eustáquio, primo dos Pevensies. O menino Will merece parabéns. Novo na franquia, ela poderia se sentir deslocado e sua atuação poderia ser irregular, porém ele consegue passar exatamente o que o personagem exige, e se mostra confortável para assumir na futura continuação (já confirmada) o papel de protagonista.
Com os irmãos Pervensie se despedindo e o Eustáquio assumindo o papel de protagonista, tem algo que não muda nas Crônicas de Nárnia, o fundo religioso/cristão de Lewis. Nos filmes anteriores estas referências bíblicas eram bem implícitas, no entanto nesta terceira parte, está tudo mais nítido. Isso fica claro quando Lucy pergunta: “Vai nos visitar em nosso mundo? ’’ e Aslam responde: “Vou estar sempre zelando por vocês. Em seu mundo, tenho outro nome. Deve aprender a me reconhecer nele”. Realmente é forte nesta terceira parte da saga o fundo religioso, mas nada que comprometa a história. Outra coisa que melhora bastante nesta continuação são os efeitos especiais, muito bem feitos, destaque para o navio. E a fotografia do filme, que está belíssima.