Em 2005 quando surgiu nos cinemas mais uma adaptação do
cavaleiro das trevas, de um ainda desconhecido por muitos expectadores,
Christopher Nolan, ninguém poderia imaginar que aquela adaptação seria um
primeiro passo dado de um complexo roteiro. Depois de uma plateia ter aplaudido
de pé a segunda parte desta fantástica trilogia, Nolan entrega quase sete anos
depois, Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, que encerra com chave de ouro
a melhor trilogia estrelada por um super - herói nas telas.
Oito anos após a morte de Harvey Dent, a cidade de Gotham City está
pacificada e não precisa mais do Batman. A situação faz com que Bruce
Wayne (Christian Bale) se torne um homem recluso em sua mansão,
convivendo apenas com o mordomo Alfred (Michael Caine). Um dia, em meio a
uma festa realizada na Mansão Wayne, uma das garçonetes contratadas
rouba um colar de grande valor sentimental. Trata-se de Selina Kyle
(Anne Hathaway), uma esperta e habilidosa ladra que, apesar de flagrada
por Bruce, consegue fugir. Curioso em descobrir quem é ela, Bruce
retorna à caverna para usar os computadores que tanto lhe serviram
quando vestia o manto do Homem-Morcego. Aos poucos começa a perceber
indícios do surgimento de uma nova ameaça a Gotham City, personificada
no brutamontes Bane (Tom Hardy). É o suficiente para que volte a ser o
Batman, apesar dos problemas físicos decorrentes de suas atividades como
super-herói ao longo dos anos.
A base dessa adaptação, assim como em qualquer filme de super - heróis, são os quadrinhos. Acredito que o ponto de equilíbrio para se adaptar uma história tão amada e icônica é respeitando acontecimentos marcantes da própria história e intercalá-los com a própria visão do diretor, sua própria interpretação do que é Batman. E foi isso que Nolan fez, e é por isso que tanto se escuta que a trilogia dele é sua própria história em quadrinhos do Batman, mas que respeita os primórdios do herói. Neste último filme Nolan trouxe algumas cenas icônicas da história de Batman, como a cena em que Bane ergue Batman em seus braços, fazendo alusão ao famoso quadrinho A Queda do Morcego de 1993, assim como também trouxe personagens amados pelos fãs do morcego interpretados por jovens e talentosos atores. Christian Bale é o melhor ator que já interpretou Batman no cinema. O ator entende a natureza complexa e as imperfeições que existe por trás deste herói e interpreta de forma excelente, mais uma vez, O Cavaleiro das Trevas.
Por trás de todo grande herói sempre existe um grande vilão, e acredito que de todos os super-heróis, independente que sejam da DC ou da Marvel, Batman é que detém a lista mais interessante de vilões. Depois de apresentar o vilão, na minha opinião, mais complexo e interessante da vasta lista do morcego, O Coringa, interpretado magistralmente por um Heath Ledger assustadoramente perfeito o último vilão da franquia, Tom Hardy merece créditos pelo Bane. Se o Coringa de Ledger era o caos em pessoa, o Bane de Hardy é o puro terror. Ele causa medo, um torturador de almas, sem coração como o mesmo se define. A única ressalva que eu tenho em relação ao ator é que ele poderia ter tido mais expressão nos olhos, uma vez que usando a máscara não dava para fazer algo tão grandioso com sua atuação, ou então talvez pudessem ter escolhido um ator mais expressivo no olhar, mas isso é só uma ressalva que não compromete o filme em nenhum momento.
Para aqueles que se preocupavam com Anne Hathaway na pela da Mulher Gato, podem ficar tranquilos, pois em nenhum momento a atriz tenta ser superior a interpretação inesquecível de Michele Pfeiffer no filme de Tim Burton de 1991. Hathaway encontra sua própria Mulher Gato, e faz uma interpretação sólida e segura da ladra Selina Kyle. A química entre Hathaway e Bale é bem interessante e foi bem explorada por Nolan em várias cenas, diferente das cenas do ator com a atriz francesa Marion Cotillard, mas não se enganem a atual melhor atriz francesa dá um show a parte com sua Miranda Tate.
Concluindo a lista de coadjuvante talentosos que Nolan reuniu neste terceiro e ultimo filme de Batman de sua autoria, temos a maravilhosa Marion Cotillard e Joseph Gordon-Levitt. O ator foi o grande mistério do filme. Depois que seu nome figurou na grandiosa lista de atores que fariam parte deste filme, muitos se perguntavam qual personagem o ator interpretaria. Realmente foi um pouco chocante que tal personagem tenha sido entregue ao ator, mas fico feliz em dizer que Levitt conseguiu encarar muito bem o peso do personagem que lhe foi entregue, e também tem uma grande participação no decorrer do filme. Marion Cotillard é sempre um show a parte. Uma atriz maravilhosa que despontou em Hollywood com sua perfeita atuação no filme Piaf - Um Hino de Amor interpreta aqui uma personagem importante na vida do morcego. A atriz consegue se mostrar ainda mais talentosa interpretando ao mesmo tempo o interesse amoroso do Batman, assim como também a grande personagem que faz parte do universo do cavaleiro das trevas. Simplesmente perfeita!
O que sempre chamou atenção nessa trilogia criada por Nolan foi o tom sério que ele deu a história do herói, e por que não dizer, o primeiro que deu um tom sério a uma adaptação de quadrinhos. É uma Gotham realista e que assusta por mostrar o pior lado do ser - humano algo que ficou muito mais claro nesse filme. E a trilha sonora, criada por Hans Zimmer, fecha com perfeição essa seriada sempre presente nos três filmes de Nolan.
Em um ano em que os heróis estavam em alta no cinema, com Os Vingadores da Marvel e O Espetacular Homem - Aranha também da Marvel, Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge mostra que de todas as adaptações de super - heróis, a épica trilogia de Nolan continua sendo superior. No final do filme já bate um saudade desse O Batman de Nolan, que merece ser aplaudido de pé por ter entregado aos fãs um obra que não só respeita toda a trajetória de Batman nos quadrinhos como também cria sua própria versão do herói. E que me perdoem os produtores e diretor de O Espetacular Homem - Aranha, mas Espetacular mesmo é esse Batman!
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