segunda-feira, outubro 08, 2012

Crítica: Hotel Transilvânia (2012)

★★ Um filme de família que inclui piadas quase inteiramente voltadas para adultos!

Monstros famosos do cinema reunidos em um hotel, para querer fugir das traquinagens dos seres humanos, cujo dono é o Drácula, parecia ser a ideia mais divertida que tinha surgido no cinema este ano. Minha expectativa para esta animação aumentou ainda mais depois de saber que Genndy Tartakovsky, "pai" de obras como O Laboratório de Dexter, Samurai Jack e dos curtas de Star Wars - Clone Wars, estava relacionado ao projeto. Contudo Hotel Transilvânia não passa de uma comédia do Adam Sandler que em alguns momentos rende poucas risadas, mas que deve ser esquecido em poucas semanas.

O Hotel Transilvânia é um resort cinco estrelas que serve de refúgio para que os monstros possam descansar do árduo trabalho de perseguir e assustar os humanos. O local é comandado pelo Conde Drácula (Adam Sandler), que resolve convidar os amigos para comemorar, ao longo de um fim de semana, o 118º aniversário de sua filha Mavis (Selena Gomez). O que ele não esperava era que Jonathan (Adam Samberg), um humano sem noção, fosse aparecer no local justo quando o hotel está repleto de convidados e, ainda por cima, se apaixonasse por Mavis. 

Sejamos sinceros, por mais que toda a premissa seja bastante interessante e criativa, e mesmo tendo Tartakovsky por trás do projeto, quando sabemos que como Drácula temos Adam Sandler, e que o mesmo é o produtor, qualquer expectativa ótima que tínhamos diminui drasticamente. Detesto todas as comédias que Sandler produz e atua, e não estava preparada para pagar para assistir uma animação e acabar assistindo a outro filme dele, porque é justamente isso em que a animação se transforma, em mais um filme de Adam Sandler, como se já não tivéssemos o suficiente. As piadas deveriam ser acessíveis a todos, tanto aos pais quanto aos filhos, contudo os mais velhos ficam apenas com algumas piadas inteligentes, piadas relacionadas a Crepúsculo são sempre bem vindas, em quanto as crianças aguentam toda a gritaria e confusões típicos de um roteiro sem qualidade.

Apesar de fazer uma alfinetada em relação à piada do cinema (Crepúsculo), o próprio filme embarca na mesma premissa, uma vez que a vampirinha filha do Drácula se apaixona pelo humano. O filme apresentava no começo uma história já "clichê" do pai que é super - protetor, e estava sendo abordada até de forma satisfatória, mas foi só o humano chegar que muda-se todo o foco do roteiro e a histeria, irritante diga-se passagem, rola solta. Para completar, o longa encerra-se com um número musical cansativo e sem nenhum atrativo, que só me fez pensar que era um presente para os fãs da cantorinha pop Selena Gomez, o pior é que nem sequer pensaram que na maior parte dos outros países o filme seria dublado em sua língua original, agora se a ideia original era ajudar a carreira da namorada do  Justin Bieber, o tiro saiu pela culatra. A dublagem incomoda com sotaques nordestinos e paulistas que irritam bastante, mas qualquer coisa já melhor que escutar a voz do Sandler. Mas, nem tudo é ruim na animação, tecnicamente é bem feita, em especial toda a caracterização do Drácula, que lembra bastante os clássicos filmes de terror dos anos trinta.

Hotel Transilvânia desperdiça a reunião de monstros clássicos. A sensação de estar assistindo a mais uma comédia de Sandler é inevitável e frustrante. Com uma ideia interessante e direção do pai de desenhos fantásticos que fizeram do Cartoon Network um dos melhores canais durante anos, acaba sendo a maior decepção de 2012. A decepção é grande, mas o insucesso de um filme relacionado ao nome de Adam Sandler já não é mais surpresa. Uma pena!

Um comentário: