sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Comentando - 1ª Temporada de The Killing

E então... quem matou Rosie Larsen?


Quando saiu a notícia sobre uma nova série de suspense/detetive confesso que pouco me animei, mesmo sendo uma produção da AMC, berço de ótimas séries como Mad Men, Breaking Bad, e The Walking Dead. Para falar a verdade nunca fui fã de séries como 24 Horas, apesar de ter gostado muito da 1ª Temporada de Homeland, e também nunca fui fã da trupe CSI (são tantos...). A série que mais gosto que segue uma linha 'parecida' neste gênero é Dexter (que já teve seus momentos). Depois de várias criticas dividida, resolvi mesmo relutante, assistir a tão falada 1ª Temporada de The Killing, e eis que me deparo com uma produção de qualidade e de muito potencial, mas que infelizmente se perdeu em suas reviravoltas e mistérios. 

Baseada na série dinamarquesa de sucesso Forbrydelsen, que infelizmente não tive o prazer de assistir, The Killing apresentou bons episódios em sua primeira temporada. Antes de falar do enredo e dos rumos que a série levou, falarei primeiro do ambiente em que é rodada a série. Ambientar a série em uma Seattle fria, cinzenta e chuvosa trouxe um clima necessário para uma série que envolvia um assassinato a ser desvendado. Lembrando claramente as locações do filme sueco, Os Homens que Não Amavam as Mulheres. Cada episódio traz uma sensação de incerteza, insegurança e claustrofobia, e junte isso com uma fotografia belíssima (lembrando a filmes europeus), direção de arte competente e uma ótima trilha sonora, que qualquer um não poderia botar defeito na série, pelo menos, não nos quesitos técnicos.
 
Com uma narrativa lenta, mas já conhecida pelos fãs do canal AMC, The Killing envolve o expectador logo no episódio duplo da série, em que somos apresentados os personagens, a história e claro, ao crime a ser desvendado. E então começa a jornada da série em agradar a crítica, conquistar os fãs e acima de tudo manter uma qualidade atingida no piloto no decorrer da série. Apresentou ótimos episódios como sendo os meus favoristos, 10º e 11º, mas outros acabaram se perdendo nos mistérios e pistas falsas que os roteiristas nos jogaram no decorrer da temporada. Outra coisa que foi abordada na série foi o terrorismo, um tema exaustivamente batido em séries desse tema, que não precisaria existir na série. Outro elemento ruim foi a falta de desenvolvimento aos dois principais detetives. O expectador precisa ser cativado pelos protagonistas e aqui só foi acontecer no 11º, o problema era que eu já estava tão envolvida com o crime que naquela altura pouco me importava a vida dos dois detetives. Mais um erro do roteiro foi se prender a um suspeito por pelo menos cinco episódios da temporada, para depois ele ser inocente.

Com a premissa de que série giraria em torno de um caso específico, The Killing faz a maior burrada em uma série. No último episódio, aquele episódio que todos esperavam a série termina com mais um suspeito inocente, desta vez condenado pela justiça. Ou seja, a série termina sem que o verdadeiro criminoso seja revelado. Foi um episódio bom, mas foi um final decepcionante. Faltou coragem e criatividade para seguir por um caminho diferente, pelo menos para não fazer parte do hall dos remakes que não ficam a altura do original. Infelizmente, a impressão que fica, é que no próximo ano da série veremos mais do mesmo, uma vez que os produtores já garantiram que o mistério de Rosie Larsen será revelado em algum momento (brincadeira, né?!) da 2ª temporada, e que só depois iria ter um novo crime. Uma pena que uma série que começou tão bem, tenha caído tanto a qualidade, merece ser vista, mas fica com a sensação de poderia ter sido mais. Irei retornar para o segundo ano, afinal, ainda quero descobrir quem matou Rosie Larsen!

sábado, fevereiro 18, 2012

Crítica do Filme "O Artista"

★★★★★ Ousado e Nostálgico, mas acima de tudo, Belo!
 
Os anos 20 marcaram o período de transição entre o fim do cinema mudo e a ascensão do cinema falado. Quase 80 anos depois, eis que uma Hollywood sem criatividade se depara com um filme francês, mudo e em preto e branco, que nada mais faz que reviver este passado glorioso. Se Chaplin estivesse vivo, aclamaria o sucesso que o filme faz, ainda mais em uma era cheia de 3D.

Na Hollywood de 1927, o astro do cinema mudo George Valentin (Jean Dujardin) começa a temer se a chegada do cinema falado fará com que ele perca espaço e acabe caindo no esquecimento. Enquanto isso, a bela Peppy Miller (Bérénice Bejo), jovem dançarina por quem ele se sente atraído, recebe uma oportunidade e tanto para traballhar no segmento. Será o fim de sua carreira e de uma paixão?

Lindamente filmado em preto e branco, o filme mescla do dramático para a comédia e depois retorna ao dramático sem jamais se perder. A pouca fala que se tem no filme não incomoda, pelo contrário, são através da imagens e das expressões do atores que envolvem o expectador. Além da homenagem a uma clássica era do cinema, temos claras homenagens a grandes obras da sétima arte, sendo uma delas é o clássico musical Cantando na Chuva.

Jean Dujardin está simplesmente excelente. Seja no carisma ou na dramaticidade de seu personagem, o ator francês nos entrega uma ótima atuação, em filme que nada mais pede que isso. Retratar um personagem de cinema mudo, na minha opinião, é extremamente difícil. Passar uma emoção, sem expressar ao menos uma mera palavra, é um trabalho árduo e totalmente expressivo, algo que Dujardin faz muito bem feito, e se (ainda) existe justiça nesse Oscar, o ator irá levantar a estatueta dourada.

Berenice Bejo esbanja carisma, doçura e elegância com sua personagem. Sua personagem lembra as musas daquela época. Peppy Miller nos conquista pelo seu amor ao grande astro do filme e pela sua determinação em se tornar um estrela. A cena em que a personagem dança com o caso de George entra automaticamente para lista das melhores cenas do cinema. A atriz também foi indicada ao Oscar, mas não será dessa vez que irá levantar a estatueta. E fechando a trinca dos protagonistas, temos o cãozinho Uggie, que ao lado de Dujardin, nos entrega uma das melhores cenas do filme, quando o ator imita o cãozinho.

A direção de arte é absolutamente perfeita, e recria com perfeição o glamour da velha Hollywood, assim como a trilha sonora, quee deverá ser premiada. 

O Artista retrata uma época gloriosa, com carisma, simplicidade e paixão, acaba capturando o coração de qualquer expectador apaixonado por cinema. Em um ano onde prevaleceu à nostalgia, um filme mudo e preto e branco, ainda é ousado, mas acaba sendo um presente e belo espetáculo. Recomendado!

terça-feira, fevereiro 14, 2012

Critica do Filme "Winter, o Golfinho"

★★★ A História Real de um Golfinho que muito tem a ensinar!

Filmes com animais aquáticos sempre fizeram parte do mundo cinematográfico. Moby Dick, Flipper, Willy e até o tubarão de Spielberg já protagonizaram tais filmes. Mas nenhum outro contou a história de superação de um golfinho e em como sua história ajudou pessoas em dificuldade a continuarem lutando.

O menino Sawyer (Nathan Gamble), de apenas 11 anos, encontrou por acaso um golfinho encalhado na areia da praia, preso numa rede de pesca. Depois de ver o resgate do animal ser concluído pelo hospital marinho de sua cidade, Clearwater (Flórida), ele se sente atraído por saber mais sobre o destino do pobre animal e vai ao local visitá-lo. Lá, ele conhece o responsável pelo local, o Dr. Clay (Harry Conick Jr.), e sua filha (Cozi Zuehlsdorff), e começam uma nova amizade. O que eles não sabiam era que o animal iria reconhecer Sawyer e estabelecer com ele uma incrível conexão, decisiva para sua melhora e possibilidade de continuar vivendo. Inspirado em fatos reais.

Baseado na história real da golfinho Winter, o filme é típico para pais e filhos. Felizmente, o filme não possui vilão, ou seja, um filme onde crianças assistem sem maiores problemas, que mostra a superação de um animalzinho. Um ponto positivo e interessante é a forma como é retratado no filme as pessoas em dificuldade que vêm no animal uma força extra para continuarem lutando. Isso é bom arco dramático, fazendo do filme imprevisível no final, e contando com um pelicano como alívio cômico. Boa sacada do roteirista.

Com Morgan Freeman a frente do elenco, temos atuações bem convincentes da dupla mirim, destacando Nathan Gamble. E um destaque especial para a própria Winter, que entre a participação do verdadeiro golfinho e a inclusão de efeitos especiais, não permite que o espectador distinga o que é verdadeiro ou não.

É um cinema fácil e divertido de acompanhar. Cheio de mensagens positivas, e cenas emocionantes que farão muitos se emocionarem. Enquanto o documentário The Cove mostra o pior lado do ser humano, Winter, o Golfinho revela que ainda há esperanças e dá para imaginar que várias crianças depois de assistirem ao filme queiram fazer oceanografia, biologia marinha ou veterinária.