Quando saiu a notícia sobre uma nova série de
suspense/detetive confesso que pouco me animei, mesmo sendo uma produção da
AMC, berço de ótimas séries como Mad Men, Breaking Bad, e The Walking Dead.
Para falar a verdade nunca fui fã de séries como 24 Horas, apesar de ter
gostado muito da 1ª Temporada de Homeland, e também nunca fui fã da trupe CSI
(são tantos...). A série que mais gosto que segue uma linha 'parecida' neste
gênero é Dexter (que já teve seus momentos). Depois de várias criticas
dividida, resolvi mesmo relutante, assistir a tão falada 1ª Temporada de The
Killing, e eis que me deparo com uma produção de qualidade e de muito
potencial, mas que infelizmente se perdeu em suas reviravoltas e mistérios.
Baseada na série dinamarquesa de sucesso Forbrydelsen, que
infelizmente não tive o prazer de assistir, The Killing apresentou bons
episódios em sua primeira temporada. Antes de falar do enredo e dos rumos que a
série levou, falarei primeiro do ambiente em que é rodada a série. Ambientar a série
em uma Seattle fria, cinzenta e chuvosa trouxe um clima necessário para uma
série que envolvia um assassinato a ser desvendado. Lembrando claramente as
locações do filme sueco, Os Homens que Não Amavam as Mulheres. Cada episódio
traz uma sensação de incerteza, insegurança e claustrofobia, e junte isso com
uma fotografia belíssima (lembrando a filmes europeus), direção de arte
competente e uma ótima trilha sonora, que qualquer um não poderia botar defeito
na série, pelo menos, não nos quesitos técnicos.
Com uma narrativa lenta, mas já conhecida pelos fãs do canal
AMC, The Killing envolve o expectador logo no episódio duplo da série, em que
somos apresentados os personagens, a história e claro, ao crime a ser
desvendado. E então começa a jornada da série em agradar a crítica, conquistar
os fãs e acima de tudo manter uma qualidade atingida no piloto no decorrer da
série. Apresentou ótimos episódios como sendo os meus favoristos 5º,
10º e 11º, mas outros acabaram se perdendo nos mistérios e pistas falsas que os
roteiristas nos jogaram no decorrer da temporada. Outra coisa que foi abordada
na série foi o terrorismo, um tema exaustivamente batido em séries desse tema,
que não precisaria existir na série. Outro elemento ruim foi a falta de
desenvolvimento aos dois principais detetives. O expectador precisa ser
cativado pelos protagonistas e aqui só foi acontecer no 11º, o problema era que
eu já estava tão envolvida com o crime que naquela altura pouco me importava a
vida dos dois detetives. Mais um erro do roteiro foi se prender a um suspeito
por pelo menos cinco episódios da temporada, para depois ele ser inocente.
Com a premissa de que série giraria em torno de um caso
específico, The Killing faz a maior burrada em uma série. No último episódio,
aquele episódio que todos esperavam a série termina com mais um suspeito
inocente, desta vez condenado pela justiça. Ou seja, a série termina sem que o
verdadeiro criminoso seja revelado. Foi um episódio bom, mas foi um final
decepcionante. Faltou coragem e criatividade para seguir por um caminho
diferente, pelo menos para não fazer parte do hall dos remakes que não ficam a
altura do original. Infelizmente, a impressão que fica, é que no próximo ano da
série veremos mais do mesmo, uma vez que os produtores já garantiram que o
mistério de Rosie Larsen será revelado em algum momento (brincadeira, né?!) da 2ª temporada, e que
só depois iria ter um novo crime. Uma pena que uma série que começou tão bem,
tenha caído tanto a qualidade, merece ser vista, mas fica com a sensação de
poderia ter sido mais. Irei retornar para o segundo ano, afinal, ainda quero
descobrir quem matou Rosie Larsen!
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