Rob Reiner é um diretor que sabe mexer com as emoções do
expectador. Sua obra mais famosa (Conta Comigo) é um exemplo claro sobre esta
facilidade que o diretor possui. Depois de três anos sumido, Reiner retornar
neste clássico que mistura o fator nostalgia de Conta Comigo e a doçura e inocência
de A Princesinha.
O filme conta o relacionamento entre dois vizinhos e colegas de escola dos 7 aos 13 anos. Juli apaixona-se instantaneamente por Bryce assim que o caminhão de mudança chega ao bairro, contudo Bryce demora seis anos para descobrir a garota inteligente, generosa e linda que Juli é e, finalmente, sentir o mesmo amor. A história é contada do ponto de vista de ambos, criando aos poucos o universo interior dos dois, e mostrando as atitudes e ponto de vista de meninas e meninos com relação ao sexo oposto.
É incrível a forma como o roteiro sempre remete ao
sentimentalismo. Seja ele nos sentimentos dos dois protagonistas, ou seja, ele
os sentimentos das famílias dos personagens. Outro ponto interessante é como é
contada a história. O filme começa pelo ponto de vista de Bryce, e logo depois as
mesmas cenas é contada pelo ponto de vista de Juli. O filme mostra a visão
feminina e masculina de cada cena, e dessa forma o filme traz e mostra como são
diferentes esses dois universos. Poucos filmes se arriscaram em contar a
história dessa forma, e poucos conseguem obter sucesso, e é uma ótima surpresa
que o filme de Reiner tenha conseguido, fazendo-o dele uma obra deliciosa e
delicada de se assistir. A fotografia do filme é belíssima, principalmente nas
cenas em que Juli está na árvore, e a direção de arte está muito bem feita,
ambientada nos anos 60, um dos anos mais charmosos do cinema.
Juli é uma das personagens mais carismáticas, doce e gentil que a escassa lista do cinema possui. E a atriz Madeline Carroll acerta no timing de atuação. No decorrer do filme podemos ver o quanto Juli vai crescendo e amadurecendo, e Carroll mostra isso de maneira encantadora. Atriz também consegue uma ótima química com o ator John Mahoney, que faz o avô de Bryce. Da mesma forma que possui uma química excelente com Callan McAuliffe. Definitivamente uma atriz que merece mais destaque nos cinemas.
Bryce por outro lado, vai conquistando o expectador no decorrer do filme. O australiano Callan McAuliffe reflete bem os sentimentos do menino, de todos os meninos, e em como se divergem dos das meninas. Bryce não gosta de Juli desde o momento em que se conhecem, mas percebe-se, logo quando os protagonistas já estão crescidos, que seu sentimento por Juli mudara, mas sendo Bryce um menino, só se dá conta disso lá pela tantas do filme. Como já foi dito antes, ambos os atores possui uma ótima química em cena. Duas ótimas surpresas dessa nova leva de atores e atrizes.
O Primeiro Amor é uma obra encantadora e inocente como muitas poucas. É um filme charmoso e delicado que representa da melhor forma possível este gênero que andava cada vez mais esquecido. Depois de alguns anos sem apresentar um bom trabalho, Reiner nos entrega esta pérola que precisa ser vista e revista no decorrer dos anos. Bem-vindo de volta, o Sr. Reiner!
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