A morte é um tema em que poucos diretores se arriscam em se aventurar. Filmes com essa temática geralmente tendem a cair no melodrama, ou podem ser tornar bem apelativos. Em seu novo filme, Gus Van Sant retorna para falar novamente sobre a morte, abordando-o com delicadeza e sutilidade, ressaltando a visão humana sobre como encarar e aceitar a morte.
Doente em fase terminal, Annabel (Mia Wasikowska) se apaixona por um garoto (Henry Hopper) que tem uma mania estranha: gosta de frequentar funerais. Juntos, eles têm encontros sobrenaturais com o fantasma de um piloto kamikaze da Segunda Guerra Mundial. A trama acompanha um momento de passagem entre os dois adolescentes, que têm em comum uma preocupação com a mortalidade.
Essa não é a primeira vez que Gus Van Sant aborda o luto em um dos seus filmes. Em Elefante, as lentes de Van Sant apresentam uma visão quase poética sobre o massacre de Columbine, sem sensacionalismo, da mesma forma em que não apresenta as razões, ou a falta delas, para que levassem os dois jovens a cometerem o massacre. Já em Inquietos o diretor continua explorando a morte de forma honesta, trazendo a visão humana de cada personagem, seja nela em que aceita sua condição terminal ou, nele que tem um desejo de morrer, sobre como encarar e aceitar a morte, que às vezes é tachada como tragédia dependendo do ponto de vista em que ela é abordada. E esse é o ponto forte e crucial do filme, pois o diretor, diferente do que fez em Elefante, fala dela como se fosse um renascimento e não uma tragédia, onde o filme mostra que se pode encontrar uma razão e um recomeço na vida, tirando dessa forma da obra o tom melancólico, e transformando-a em um sorriso delicado e charmoso no rosto do público.
A escalação do elenco não poderia ter sido melhor. Mia Wasikowska, a mais conhecida do elenco, dá vida a uma encantadora e apaixonante Annabel. A atriz, que já vinha de outros trabalhos consistentes, mostra que está sabendo escolher seus projetos, não se tornando mais uma atriz jovem com talento embarcando em papéis que não acrescentam em nada na sua carreira apenas no bolso, e dessa forma não se torna esquecida pelo público. Henry Hopper, filho de Dennis Hopper, é a revelação do filme. O jovem ator ainda está um pouco verde, mas soube aguentar e carregar com equilíbrio as cenas mais dramáticas do filme, ao mesmo tempo em que soube encantar a quem assistia ao filme. A química entre ambos é incrível, dando mais realismo a obra emocionante de Van Sant.
Com uma trilha sonora delicada e uma fotografia tecnicamente perfeita, Inquietos pode não ser a obra mais arrebatadora da carreira de Gus Van Sant, mas mostra uma visão bonita e elegante de como tratar o amor e a morte em um tom contemplativo sobre o olhar dos protagonistas. Uma produção emocionante e adorável como muitas poucas.
Doente em fase terminal, Annabel (Mia Wasikowska) se apaixona por um garoto (Henry Hopper) que tem uma mania estranha: gosta de frequentar funerais. Juntos, eles têm encontros sobrenaturais com o fantasma de um piloto kamikaze da Segunda Guerra Mundial. A trama acompanha um momento de passagem entre os dois adolescentes, que têm em comum uma preocupação com a mortalidade.
Essa não é a primeira vez que Gus Van Sant aborda o luto em um dos seus filmes. Em Elefante, as lentes de Van Sant apresentam uma visão quase poética sobre o massacre de Columbine, sem sensacionalismo, da mesma forma em que não apresenta as razões, ou a falta delas, para que levassem os dois jovens a cometerem o massacre. Já em Inquietos o diretor continua explorando a morte de forma honesta, trazendo a visão humana de cada personagem, seja nela em que aceita sua condição terminal ou, nele que tem um desejo de morrer, sobre como encarar e aceitar a morte, que às vezes é tachada como tragédia dependendo do ponto de vista em que ela é abordada. E esse é o ponto forte e crucial do filme, pois o diretor, diferente do que fez em Elefante, fala dela como se fosse um renascimento e não uma tragédia, onde o filme mostra que se pode encontrar uma razão e um recomeço na vida, tirando dessa forma da obra o tom melancólico, e transformando-a em um sorriso delicado e charmoso no rosto do público.
A escalação do elenco não poderia ter sido melhor. Mia Wasikowska, a mais conhecida do elenco, dá vida a uma encantadora e apaixonante Annabel. A atriz, que já vinha de outros trabalhos consistentes, mostra que está sabendo escolher seus projetos, não se tornando mais uma atriz jovem com talento embarcando em papéis que não acrescentam em nada na sua carreira apenas no bolso, e dessa forma não se torna esquecida pelo público. Henry Hopper, filho de Dennis Hopper, é a revelação do filme. O jovem ator ainda está um pouco verde, mas soube aguentar e carregar com equilíbrio as cenas mais dramáticas do filme, ao mesmo tempo em que soube encantar a quem assistia ao filme. A química entre ambos é incrível, dando mais realismo a obra emocionante de Van Sant.
Com uma trilha sonora delicada e uma fotografia tecnicamente perfeita, Inquietos pode não ser a obra mais arrebatadora da carreira de Gus Van Sant, mas mostra uma visão bonita e elegante de como tratar o amor e a morte em um tom contemplativo sobre o olhar dos protagonistas. Uma produção emocionante e adorável como muitas poucas.
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