★★★★★ A adolescência através dos olhos de Stephen Chbosky!
Existe uma lista grande de diretores que gostam de retratar a adolescência através de suas lentes. Alguns gostam de trilhar o caminho da comédia, enquanto outros diretores, em especial Gus VanSant, conseguem transmiti-la em tons minimalistas, sem deixar de mostrar na tela a dureza e o pior lado dessa juventude. Em contrapartida a estes dois polos, temos diretores que conseguem seguir outros caminhos, e mostram que no cinema nem sempre a história é o mais importante, mas sim em como ela é contada.
Charlie (Logan Lerman) é um jovem que tem dificuldades para interagir em
sua nova escola. Com os nervos à flor da pele, ele se sente deslocado
no ambiente. Seu professor de literatura, no entanto, acredita nele e o
vê como um gênio. Mas Charlie continua a pensar pouco de si... até o
dia em que dois amigos, Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson),
passam a andar com ele.
Um dos primeiros trunfos desta adaptação para as telas do best-seller homônimo escrito e dirigido por Stephen Chbosky, é que não se tem definido em ano a história se passa. Ao falar que esta é uma obra atemporal, chega a ser uma grande sacada não ter sido definido uma época específica ou geração, apenas vamos vendo o amadurecimento destes três jovens, e as incertezas e vantagens da passagem para a vida adulta. O que faz com que muitos expectadores se identifiquem com Charlie, porque existe algo familiar no protagonista. Não estou falando dos problemas mais sérios que envolvem sua vida, mas sim de situações de já ter se encontrado apaixonado pela primeira vez, de tentar conhecer e fazer novas amizades, ou até mesmo somente aproveitar a sua adolescência. Mas, estes são os momentos felizes que fazem parte de um lado da vida de Charlie, e, infelizmente, não são só com elas que acabamos nos identificando. Quem nunca sofreu com os preconceitos de outros colegas, ou sofreu por não fazer parte das famosas "panelinhas" populares que existiam nas escolas? Depois de algumas horas de projeção é através de duas frases (''Nós aceitamos o amor que julgamos merecer'' e "Nós somos infinitos"), que entendemos todo o significado da obra de Chbosky, e o impacto que a mesma causa sobre nós.
A trinca de atores liderados por Logan Lerman é surpreendente. O ator consegue interpretar com delicadeza e sensibilidade o seu personagem. Talvez com a melhor atuação de sua carreira, o ator sabe que Charlie é um personagem difícil não só de interpretar, mas como também de se entender. O menino que exclui-se socialmente, por ser tímido ou por causa de seus traumas, acaba alienando sua própria vida. Ao tornar-se "invisível" perante sua família ou seus amigos pudemos acompanhar sua percepção sobre o mundo que o rodeia, dando ao personagem uma clareza que o ajuda a entender as pessoas que o cercam. Aos poucos vamos ganhando detalhes da vida de Charlie, como o suicídio do amigo, ou os problemas com tia, a quem o garoto considerava ser a única que o entendia, que acabam justificando o comportamento do jovem. Uma jornada emocionante aonde o público vai conhecendo o personagem. E a narração de Charlie em cartas direcionadas ao seu amigo, e a amizade com os dois veteranos tornam o filme uma obra intimista, onde Charlie tem mais proximidade e intimidade com o expectador.
Se Lerman acabou sendo uma grata surpresa, Emma Watson, que ganhou o mundo sendo a eterna Hermione de Harry Potter, por sua vez comprovou que do trio da saga é ela que tem o futuro mais brilhante. Quando Sam aparece em cena, é impossível não se lembrar da atriz pelos corredores de Hogwarts, mas com o tempo vamos esquecendo-se do trabalho mais importante da carreira da atriz. Sam tem reputação de vadia e recebe menos do namorado do que merece. Uma figura traumatizada, mas não amargurada pela vida, e toda essa bagagem da personagem é carregada perfeitamente pela atriz, que além de possuir uma grande química com dois personagens masculinos do filme, acaba entregando uma interpretação delicada, e está adorável no papel.
E por último, mas não menos importante, fechando a trinca de atores, temos uma atuação memorável de Ezra Miller. O ator que surpreendeu a todos com sua interpretação do psicopata Kevin, em Precisamos Falar sobre Kevin, mais uma vez surpreende e revela-se ser uma das grandes revelações do cinema atual. Patrick é gay assumido, e namora um dos astros do esporte do colégio, mas este não assume a relação para os amigos, e nem para o pai. Patrick é um personagem tão complexo quanto Kevin, mas que chega a ser tão diferente quanto. Patrick é leve, carismático e divertido, enquanto Kevin era completamente perturbador, ambos são um oposto do outro, e Miller consegue entregar mais uma atuação primorosa.
Mas, não são só de atuações e personagens memoráveis que fazem de As Vantagens de Ser Invisível uma das melhores produções de 2012. Um dos grandes destaques do filme é a trilha fabulosa escolhida a dedo que passa por The Smiths até Crowded House. O figurino é espetacular, assim como toda a fotografia e cenário do filme. Stephen Chbosky, escritor do livro, foi chamado tanto para escrever o roteiro adaptado quanto para dirigir o filme, faz um trabalho primoroso na tela. Além de conduzir com segurança a trama, o mesmo estrega um roteiro sincero, que respeita os personagens criou. Ninguém conhece melhor os dramas e inseguranças dos personagens do que o próprio Chbosky, e o mesmo tornar a obra, que contém assuntos sérios (consumo de drogas para menores ou até mesmo o suicídio), acessível a todos.
As Vantagens de Ser Invisível é altamente recomendável. Como foi dito no começo da crítica, o filme segue um caminho diferente, e não procura ser uma película extremista. Ao mesmo tempo em que é um filme simples e sincero, é também duro e devastador. Cada um de nós vem com uma bagagem emocional que vai acabar se identificando com um dos personagens ou com uma das situações, e é por isso que o longa é um daqueles filmes que marcam o público, por se tornar uma obra realista.
A trinca de atores liderados por Logan Lerman é surpreendente. O ator consegue interpretar com delicadeza e sensibilidade o seu personagem. Talvez com a melhor atuação de sua carreira, o ator sabe que Charlie é um personagem difícil não só de interpretar, mas como também de se entender. O menino que exclui-se socialmente, por ser tímido ou por causa de seus traumas, acaba alienando sua própria vida. Ao tornar-se "invisível" perante sua família ou seus amigos pudemos acompanhar sua percepção sobre o mundo que o rodeia, dando ao personagem uma clareza que o ajuda a entender as pessoas que o cercam. Aos poucos vamos ganhando detalhes da vida de Charlie, como o suicídio do amigo, ou os problemas com tia, a quem o garoto considerava ser a única que o entendia, que acabam justificando o comportamento do jovem. Uma jornada emocionante aonde o público vai conhecendo o personagem. E a narração de Charlie em cartas direcionadas ao seu amigo, e a amizade com os dois veteranos tornam o filme uma obra intimista, onde Charlie tem mais proximidade e intimidade com o expectador.
Se Lerman acabou sendo uma grata surpresa, Emma Watson, que ganhou o mundo sendo a eterna Hermione de Harry Potter, por sua vez comprovou que do trio da saga é ela que tem o futuro mais brilhante. Quando Sam aparece em cena, é impossível não se lembrar da atriz pelos corredores de Hogwarts, mas com o tempo vamos esquecendo-se do trabalho mais importante da carreira da atriz. Sam tem reputação de vadia e recebe menos do namorado do que merece. Uma figura traumatizada, mas não amargurada pela vida, e toda essa bagagem da personagem é carregada perfeitamente pela atriz, que além de possuir uma grande química com dois personagens masculinos do filme, acaba entregando uma interpretação delicada, e está adorável no papel.
E por último, mas não menos importante, fechando a trinca de atores, temos uma atuação memorável de Ezra Miller. O ator que surpreendeu a todos com sua interpretação do psicopata Kevin, em Precisamos Falar sobre Kevin, mais uma vez surpreende e revela-se ser uma das grandes revelações do cinema atual. Patrick é gay assumido, e namora um dos astros do esporte do colégio, mas este não assume a relação para os amigos, e nem para o pai. Patrick é um personagem tão complexo quanto Kevin, mas que chega a ser tão diferente quanto. Patrick é leve, carismático e divertido, enquanto Kevin era completamente perturbador, ambos são um oposto do outro, e Miller consegue entregar mais uma atuação primorosa.
Mas, não são só de atuações e personagens memoráveis que fazem de As Vantagens de Ser Invisível uma das melhores produções de 2012. Um dos grandes destaques do filme é a trilha fabulosa escolhida a dedo que passa por The Smiths até Crowded House. O figurino é espetacular, assim como toda a fotografia e cenário do filme. Stephen Chbosky, escritor do livro, foi chamado tanto para escrever o roteiro adaptado quanto para dirigir o filme, faz um trabalho primoroso na tela. Além de conduzir com segurança a trama, o mesmo estrega um roteiro sincero, que respeita os personagens criou. Ninguém conhece melhor os dramas e inseguranças dos personagens do que o próprio Chbosky, e o mesmo tornar a obra, que contém assuntos sérios (consumo de drogas para menores ou até mesmo o suicídio), acessível a todos.
As Vantagens de Ser Invisível é altamente recomendável. Como foi dito no começo da crítica, o filme segue um caminho diferente, e não procura ser uma película extremista. Ao mesmo tempo em que é um filme simples e sincero, é também duro e devastador. Cada um de nós vem com uma bagagem emocional que vai acabar se identificando com um dos personagens ou com uma das situações, e é por isso que o longa é um daqueles filmes que marcam o público, por se tornar uma obra realista.